quarta-feira, 6 de abril de 2011

Delírio

Curvas
Espaços
e uns braços
me enlaçando
Alguns passos
e os nossos corpos
assim
azuis
com essa luz
do abajur
nos deixando
estranhos
como nos
meus sonhos

Escasso

Rareio
o carinho
ponho um freio
na mão
Rareio
rodeio teu corpo
e não te toco
presença muda
é como uma
ausência
é como não estar
presente
no momento
da carícia

Serei

Preciso ter calma
não posso me antecipar
tua boca ainda
vai estar lá
roubarei um beijo
serei suave
levarei teu corpo comigo
não precisarás de mais nada
serei tua escrava
mandarei em ti
serei inteira
serei bela, estrela
montarei guarda
em teu castelo

Meu Jardim

Acima de mim
o sol não se levanta
de cabeça pra cima
deixo acabar o dia
e quando a noite
chega
abaixo a cabeça
para não ver
as estrelas
que zombam de mim
por eu estar assim
imagino dentro
de minha boca
palavras mais violentas
violetas
flores de todas as cores
enfeitando esse
meu jardim
agora devastado
cheio somente
de espinhos
água e lama

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Acolhida

Coma em minha boca
durma em minha cama
venha meu anjo
de asas quebradas
com cara de mal
me deixa cuidar
das tuas dores
te proteger
dos medos e fomes
te aqueço
até que esse frio
te deixe em paz
se afaste de ti

Nudez

Ventura
essa ternura
escondida debaixo
da roupa
se faz nua
mas é pouca
pra tanta paixão

Drama do amor abalado

E essas flores
que carregas?
o que quer
que eu faça
com elas?
quer que eu fique?
ou as jogue
pela janela?